Mesmo que personagens femininas permeiem o universo do Teatro de Bonecos popular, por que em muitas culturas o ofício de quem anima ainda é predominantemente exercido por homens, como ocorre no Karaghiozis, no Wayang e no Mamulengo, por exemplo? Assim, onde e como podemos encontrar as mulheres inseridas no grêmio dos animadores? Como elas subverteram/subvertem essa ordem? Seja na transmissão familiar, seja no ensino, na construção, na dramaturgia, na direção ou na produção: a mulher aparece em diferentes graus de visibilidade em todos os processos relativos ao teatro de figuras animadas. Quem são essas mulheres? De que modo impactaram/impactam a evolução e a coesão dos espaços de transmissão e promoção da arte bonequeira? Quais são as mulheres que atuam hoje no Teatro de Animação? Quais mulheres estão sendo representadas, e como? Quais são os desafios assumidos pelas bonequeiras? Que situações traspassam os diversos corpos das mulheres na cena animada em tempos de tecnologias da presença e lutas por direitos sobre o próprio corpo? Que resistências e desafios enfrentam no plano profissional? Que espaços são mantidos ou conquistados? Com respeito às próprias lutas das mulheres, em nível mundial, em clamor à justiça de gênero, segurança, saúde e equidade: Como o Teatro de Animação dialoga com essas questões? Que articulações, representações e poéticas emergem das produções de mulheres e sobre mulheres? Esperamos que estas provocações instiguem a reflexão em diferentes perspectivas dentro da temática proposta.
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Artigos:
EDITORIAL
Histórias e pesquisas das mulheres bonequeiras – Fabiana Lazzari de Oliveira, Liliana Pérez Recio e Paulo Balardim, p. 14-21
DOSSIER TEMÁTICO
Un recorrido a las formas animadas en la educación escolar y talleres: la mirada de las investigadoras -Carmem Luz Maturana e Andrea Gaete Pessaj, p. 22-43
Mamulengo e história de vida: entrecruzamentos que ensinam Bárbara Duarte Benatti e Izabela Costa Brochado, p. 44-64
Sandra Vargas e Verônica Gerchman: trajetórias femininas tecendo o teatro de animação contemporâneo brasileiro -Kely Elias de Castro, p. 65-85
Andar sem parar: as andanças de Maria Luiza Lacerda pelo teatro de bonecos – Júlia Sarraf, p. 86-111
A presença das máscaras no ritual de iniciação feminina do povo Tikuna – Vanessa Benites Bordin, p. 112-127
As mulheres e o teatro lambe-lambe: um relato sobre a difusão em Santa Catarina -Jô Fornari, Maysa Carvalho e Suzi Daiane, p. 128-145
Schirley P. França e a artesania do cuidar: memórias de uma mãe bonequeira de muitos filhos e bonecos – Daniela Rosante Gomes e Schirley P. França, p. 146-178
Arquétipos, loucura e maternidade no Teatro de Formas Animadas – Mariliz Schrickte, p. 179-198
A máscara teatral e a materialidade das formas: a semente de um sonho e a flor de nossas artes. – Daniele Rocha Viola e Laura Wilbert Gedoz, p. 199-217
O corpo da mulher como morada em Habite-me – Joana Vieira Viana, p. 218-234
Sobre Teatro de Formas Animadas em Minas Gerais: entrevista com Conceição Rosière – Cássia Macieira, p. 235-254
Pioneirismo feminino no teatro de bonecos no Brasil: memórias de uma trajetória pessoal – Clorys Daly, p. 255-269
Mujer, objeto y memorias: reflexiones en torno a una experiencia artística -Nerina Dip, p. 270-285
Tânia e Graziela de Castro Saraiva: registros afetivos da história do Teatro de Bonecos no Rio Grande do Sul – Rossana Della Costa, p. 286-302
Do amor entre mulheres ao amor entre bonecas: relato de uma atriz e seus processos criativos –Tuany Fagundes, p. 303-317
Perspectiva de género en la búsqueda creativa – Carolina Tejeda, p. 318-329
La dirección escénica feminina – Ana Alvarado, p. 330-345
Vozes femininas no Babau -Amanda de Andrade Viana, p. 346-359